Canto da costura - Patchwork
Olá meninas!
Hoje começamos o primeiro Canto da Costura de 2015 no novo formato que vos falei aqui . Confesso que já estava com saudades :)
Mas antes de começarmos quero apenas deixar-vos algumas notas pois não gosto de criar falsas expectativas.
Eu não sou especialista em patchwork. Conheço apenas a técnica base e é isso que vos vou mostrar neste post. Por outro lado não sou apreciadora do patchwork geométrico a intrincado que é muito característico nos EUA, gosto simplesmente de juntar sobras de tecido de forma aleatória e sem grandes preocupações. Por isso todo o conhecimento que fui procurando e investigando é limitado mas ainda assim, na minha opinião claro, bastante para enriquecermos umas nossos trabalhos.
E é nesse sentido que vos venho falar hoje. O patchwork como uma técnica complementar para enriquecer os nossos trabalhos :)
Vamos então começar?
Ora então o que é o patchwork? Numa tradução quase literal significa juntar remendos e surgiu há centenas de anos como uma forma de aproveitar sobras de tecidos, maioritariamente fazendo mantas.
Ainda que hoje a relacionemos quase exclusivamente com os EUA, em Portugal também se usa esta técnica há muito tempo. Se forem revistar os baús das vossas mães e avós, seguramente que encontrarão mantas feitas de retalhos :)
Hoje em dia é um mercado que move milhões com a produção de esquemas, máquinas especializadas, tecidos especiais, linhas XPTO e um sem número de acessórios mais ou menos úteis.
Reparem o que se pode fazer em patchwork:
Dependendo do tempo que se lhe dedica, alguns destes trabalhos demoram meses a fazer e exigem meses, se não anos de experiência para se alcançar um trabalho perfeito.
Quem já me conhece sabe que não sou rapariga para linhas direitas e trabalhos demorados ;) Gosto de linhas simples e naturais e trabalhos de realização imediata.
E foi isso que procurei no patchwork e também encontrei :) Esta é pois uma técnica muito diversa e flexível por isso explorem-na um pouquinho e descubram o que podem tirar dela!
Comecemos então pela técnica base e a partir daqui ficam com asas para voar! :)
Quando faço trabalhos que exigem cortes o normal é sobrarem pedaços pequenos de tecido que nunca deito fora.
Isto foi o que sobrou de umas bandeirolas que fiz para um quarto de bebé
Para além de sobras de tecido vamos precisar de 3 ferramentas adicionais, que ainda que não sejam totalmente imprescindíveis (afinal as nossas avós não as tinham...), facilitam MUITO o trabalho - tapete de corte, uma régua com marcações e um cortador rotativo
Para vos mostrar hoje a técnica base, escolhi quadrados pois é a forma mais simples de unir. A medida que rentabilizava mais os meus cortes foi de 6x6 cm, mas podem usar a medida que quiserem.
Agora paremos para falar de um pormenor importante. O quadrado que cortarem não vai ficar no patchwork com a mesma medida, isto porque a margem de costura que usarem vai "comer" parte desse tamanho.
Reparem. Um calcador "normal" faz normalmente uma margem de costura de 0,75 cm, mas existem outras medidas. Por exemplo a minha Bernita trás estes dois calcadores:
O calcador 1 é o normal e tem a margem de 0,75 cm e o 37 é um calcador especial para patchwork e faz uma margem de 0,5 cm.
Como é que sabem qual a do vosso? Com uma fita métrica medem da posição da agulha para a extremidade do calcador.
Agora, precisam de um calcador especial para patchwork? Enquanto tive a Crestelda nunca senti necessidade nos trabalhos que fiz, mas acredito que em modelos complexos faça diferença.
O próximo passo é decidir qual o esquema que queremos para o nosso trabalho
Se estiverem a seguir um modelo devem seguir as indicações, se forem como eu juntam como gostarem mais :)
Se forem muitos retalhos normalmente tiro uma fotografia para documentar. Podem também numerar.
De seguida pegamos na primeira fila e eu gosto de os colocar numa pilha começando em cima com o primeiro da fila e por ai fora
Passamos para a máquina de costura com a primeira fila
e pegamos nos dois primeiros da fila
e unimos frente com frente (direito com direito) tendo MUITO cuidado com a posição dos quadradinhos e onde temos de coser!
prendemos com molas ou alfinetamos.
e colocamos o tecido alinhando a margem com a margem do calcador.
Este cuidado é muito importante pois só assim conseguimos garantir costura com o mesmo tamanho.
E passamos ao próximo quadradinho seguindo o mesmo procedimento:
Quando terminarem as vossas filas deverão ficar com este aspecto.
Reparem que o quadrado do meio já perdeu 1 cm na sua largura devido às margens de costura.
Do outro lado estão assim
Temos agora de passar a ferro e alinhar as costuras.
Aqui temos também de parar e falar um bocadinho :)
Não há consenso neste processo.
Há quem defenda que as costuras devem ser abertas (metade para cada lado) outros que devem deitadas para um dos lados desencontradas.
Eu prefiro a segunda pois acho que as costuras ficam mais fortes. Vocês optam pela que preferirem também.
Eu faço assim:
Garantindo que ficam desencontradas entre filas, ou seja, uma fila deito para a direita na outra para a esquerda:
Isto garante que quando formos unir as duas filas ficamos com as costuras desencontradas e a união não fica tão grossa
Quando unimos as duas filas (pelo mesmo método dos quadradinhos) alinhamos muito bem as costuras e ficará assim:
Reparem agora onde está a importância da medição e alinhamento no patchwork:
Basta um desvio no corte ou na margem de costura e os cantos não ficarão alinhados.
É portanto uma técnica que exige bastante precisão, mas que permite resultados surpreendentes :)
Dúvidas? Já sabem, escrevam.
Querem aprofundar a técnica? Digam-me e posso dar-vos indicações de aulas.
Dia 25 vou trazer-vos um projecto que podem aplicar o que aprendemos hoje!
Beijinhos e uma excelente semana!
Ana
Hoje começamos o primeiro Canto da Costura de 2015 no novo formato que vos falei aqui . Confesso que já estava com saudades :)
Mas antes de começarmos quero apenas deixar-vos algumas notas pois não gosto de criar falsas expectativas.
Eu não sou especialista em patchwork. Conheço apenas a técnica base e é isso que vos vou mostrar neste post. Por outro lado não sou apreciadora do patchwork geométrico a intrincado que é muito característico nos EUA, gosto simplesmente de juntar sobras de tecido de forma aleatória e sem grandes preocupações. Por isso todo o conhecimento que fui procurando e investigando é limitado mas ainda assim, na minha opinião claro, bastante para enriquecermos umas nossos trabalhos.
E é nesse sentido que vos venho falar hoje. O patchwork como uma técnica complementar para enriquecer os nossos trabalhos :)
Vamos então começar?
Ora então o que é o patchwork? Numa tradução quase literal significa juntar remendos e surgiu há centenas de anos como uma forma de aproveitar sobras de tecidos, maioritariamente fazendo mantas.
Ainda que hoje a relacionemos quase exclusivamente com os EUA, em Portugal também se usa esta técnica há muito tempo. Se forem revistar os baús das vossas mães e avós, seguramente que encontrarão mantas feitas de retalhos :)
Hoje em dia é um mercado que move milhões com a produção de esquemas, máquinas especializadas, tecidos especiais, linhas XPTO e um sem número de acessórios mais ou menos úteis.
Reparem o que se pode fazer em patchwork:
Dependendo do tempo que se lhe dedica, alguns destes trabalhos demoram meses a fazer e exigem meses, se não anos de experiência para se alcançar um trabalho perfeito.
Quem já me conhece sabe que não sou rapariga para linhas direitas e trabalhos demorados ;) Gosto de linhas simples e naturais e trabalhos de realização imediata.
E foi isso que procurei no patchwork e também encontrei :) Esta é pois uma técnica muito diversa e flexível por isso explorem-na um pouquinho e descubram o que podem tirar dela!
Comecemos então pela técnica base e a partir daqui ficam com asas para voar! :)
Quando faço trabalhos que exigem cortes o normal é sobrarem pedaços pequenos de tecido que nunca deito fora.
Isto foi o que sobrou de umas bandeirolas que fiz para um quarto de bebé
Para além de sobras de tecido vamos precisar de 3 ferramentas adicionais, que ainda que não sejam totalmente imprescindíveis (afinal as nossas avós não as tinham...), facilitam MUITO o trabalho - tapete de corte, uma régua com marcações e um cortador rotativo
Para vos mostrar hoje a técnica base, escolhi quadrados pois é a forma mais simples de unir. A medida que rentabilizava mais os meus cortes foi de 6x6 cm, mas podem usar a medida que quiserem.
Agora paremos para falar de um pormenor importante. O quadrado que cortarem não vai ficar no patchwork com a mesma medida, isto porque a margem de costura que usarem vai "comer" parte desse tamanho.
Reparem. Um calcador "normal" faz normalmente uma margem de costura de 0,75 cm, mas existem outras medidas. Por exemplo a minha Bernita trás estes dois calcadores:
O calcador 1 é o normal e tem a margem de 0,75 cm e o 37 é um calcador especial para patchwork e faz uma margem de 0,5 cm.
Como é que sabem qual a do vosso? Com uma fita métrica medem da posição da agulha para a extremidade do calcador.
Agora, precisam de um calcador especial para patchwork? Enquanto tive a Crestelda nunca senti necessidade nos trabalhos que fiz, mas acredito que em modelos complexos faça diferença.
O próximo passo é decidir qual o esquema que queremos para o nosso trabalho
Se estiverem a seguir um modelo devem seguir as indicações, se forem como eu juntam como gostarem mais :)
Se forem muitos retalhos normalmente tiro uma fotografia para documentar. Podem também numerar.
De seguida pegamos na primeira fila e eu gosto de os colocar numa pilha começando em cima com o primeiro da fila e por ai fora
Passamos para a máquina de costura com a primeira fila
e pegamos nos dois primeiros da fila
e unimos frente com frente (direito com direito) tendo MUITO cuidado com a posição dos quadradinhos e onde temos de coser!
prendemos com molas ou alfinetamos.
e colocamos o tecido alinhando a margem com a margem do calcador.
Este cuidado é muito importante pois só assim conseguimos garantir costura com o mesmo tamanho.
E passamos ao próximo quadradinho seguindo o mesmo procedimento:
Quando terminarem as vossas filas deverão ficar com este aspecto.
Reparem que o quadrado do meio já perdeu 1 cm na sua largura devido às margens de costura.
Do outro lado estão assim
Temos agora de passar a ferro e alinhar as costuras.
Aqui temos também de parar e falar um bocadinho :)
Não há consenso neste processo.
Há quem defenda que as costuras devem ser abertas (metade para cada lado) outros que devem deitadas para um dos lados desencontradas.
Eu prefiro a segunda pois acho que as costuras ficam mais fortes. Vocês optam pela que preferirem também.
Eu faço assim:
Garantindo que ficam desencontradas entre filas, ou seja, uma fila deito para a direita na outra para a esquerda:
Isto garante que quando formos unir as duas filas ficamos com as costuras desencontradas e a união não fica tão grossa
Quando unimos as duas filas (pelo mesmo método dos quadradinhos) alinhamos muito bem as costuras e ficará assim:
Reparem agora onde está a importância da medição e alinhamento no patchwork:
Basta um desvio no corte ou na margem de costura e os cantos não ficarão alinhados.
É portanto uma técnica que exige bastante precisão, mas que permite resultados surpreendentes :)
Dúvidas? Já sabem, escrevam.
Querem aprofundar a técnica? Digam-me e posso dar-vos indicações de aulas.
Dia 25 vou trazer-vos um projecto que podem aplicar o que aprendemos hoje!
Beijinhos e uma excelente semana!
Ana
Eu tenho aqui uma manta de patchwork à espera de comprar mais tecidos para a acabar mas ando tão sem vontade...
ResponderEliminarbeijinhos espero que ajudes muitas meninas a começarem trabalhinhos novos.
:) Fiquei curiosa Pinta, não te despertei o bichinho para terminares!? ;)
EliminarBeijinhos
Gostei muito da aula, stora!
ResponderEliminarMuito obrigada!
beijinhos
Foi um prazer querida aluna :)
EliminarBeijinhos
Uma arte que ainda não domino...apesar de ser filha de alfaiate!
ResponderEliminarMas com ajuda...vou lá!
Adorei...bj
Espero que ajude :) Qualquer dúvida é só "apitar"
EliminarBeijinhos
Adorei, Anita! Está perfeito!
ResponderEliminarEu também sou uma curiosa, faço por instinto, nunca aprendi com exatidão, por isso adorei a tua explicação! Quanto às costuras, tenho as mesmas dúvidas, mas parece-me que ficam mais seguras não abrindo, principalmente se não houver camadas de tecidos ou enchimentos.
Força, estou morta por ver as restantes surpresas!
Ah, esqueci-me de agradecer, mas ainda vai a tempo: Muito obrigada, cachopa! :) Beijinhos!
EliminarOs nossos métodos de aprendizagem são parecidos ;)
EliminarSurpresa a caminho!
Beijinhos
Olá Ana, adoro patchwork, acho que cortar, combinar as cores e montar é uma grande terapia, esquecemo-nos das horas. Sem falar que os trabalhos ficam interessantíssimos. Bjs
ResponderEliminarTambém me acontece isso Val :)
EliminarÉ uma terapia para "esvaziar" a cabeça!
Beijinhos
Gostei muito desta aula Aninha :)
ResponderEliminarAcho estes trabalhos lindíssimos :)
Obrigado pelas tuas dicas :)
Beijinhos e boa semana :)
oh de nada querida Sandrinha!
EliminarBeijinhos
Tu és mesmo uma mestrada na costura .
ResponderEliminarQuem me dera um dia fazer uma colchita .......quem sabe um dia
Boa semana
bjs
Lulu
oh, não digas isso! :P
EliminarNem de longe, mas como sou curiosa fui reunindo muito conhecimento...mas muitas vezes é mais teórico do que prático! Ai...se estivesses aqui mais pertinho de mim...
Beijinhos minha querida
Bom trabalho. Como sempre, muito bem delineada a explicação. Boa semana!
ResponderEliminarBeijinhos
:) Obrigado querida Mia!
EliminarBeijinhos
O patchwork é realmente incrível! Um dia ainda vou conseguir fazer, sei que vou, só não sei é quando...
ResponderEliminarBj e boa semana.
ehehe
EliminarSe os nossos dias tivessem mais horas...ou se nos pudessemos dedicar a 100% a estas artes...
ah...vamos sonhar :)))
Beijinhos